A brasa ainda fumega, pintando de vermelho incandescente as cinzas em que se transformaram as milhares de folhas da mangueira do quintal... Bom... fazer fogueira com as folhas das árvores não é a maneira ecologicamente correta de se livrar das mesmas... mas... foi assim que fiz hoje.
Nessa tarde de verão, varri todas as folhas e... fogo!!!
Agora já é noite, quase 23 horas e sob o lindo céu estrelado sentei-me num balde de tinta vazio e emborcado em frente às brasas que restaram... peguei o violão em busca de algo novo... acordes discretos foram surgindo alegres, bailando ao redor das brasas, ao sabor da brisa que me acalentava a alma...
Observo pequenas fagulhas que sobem ao sabor da brisa e logo desaparecem na escuridão da noite... tão efêmeras! Tão lindas!
Quantos sonhos ainda restam em mim, como as brasas acesas no meio das cinzas. Vivo em busca do novo a cada instante e vejo o quanto a vida é tão efêmera, como as fagulhas, diante de meus olhos, em seu breve vôo noturno.
Não quero que minha vida se apague, enquanto vida ainda houver em mim... enquanto o fôlego de Deus se mover em meu ser. Não quero desperdiçar isso! A vida é pra ser vivida e vivida intensamente!
O sono está chegando... gosto de passear por esses outros mundos que me aguardam sempre que durmo...
Espero amanhecer amanhã bem cedinho e viver mais um sonho lindo... plantar novas sementes e ver tantas outras começando a germinar! Olhar as cinzas que restaram de algo que não é mais e ver tantas outras coisas novas no meu quintal... em mim mesma... coisas cheias de vida e cores, perfumes e sons... Vou brindar a vida com um sorriso de gratidão!
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