sábado, 15 de novembro de 2008


Nunca fui a um circo... e, não sei porque, desde criança tenho medo de palhaços... até hoje. O único palhaço que tive oportunidade de ver quando criança e que não me deu medo, foi o Carequinha... ele tinha uma cara de bonzinho. Foi numa festa de final de ano de uma empresa onde meu pai trabalhava.
Por que estou falando isso? Porque a vida dá umas voltas doidas...
Fiquei bastante tempo de licença numa das escolas onde dou aula e, no mês passado, fui convidada para a festa dos aniversariantes do bimestre. Lá fui eu, que também era uma dentre os homenageados. A festa foi muito fofa e o tema era qual? CIRCO. Tudo sobre circo! Um monte de bonecos-palhaços pra todo lado... Tirei mil fotos. Os palhaços, mesmo de brinquedo, me são assustadores.
Nesse reencontro com os amigos, fiquei vendo como que a vida muda tanto em poucos meses... Conversando, fiquei sabendo de gente que havia perdido o pai e passado também por uma cirurgia, outra tinha ingressado para o mestrado, outra estava grávida de um mês e meio, outra estava saindo da escola para a direção de outra... Revi alguns alunos que, quando entrei de licença eram baixinhos e em apenas um ano estão mais altos que eu - se bem que isso não é muito difícil! - Enfim... lembrei da canção "Gentileza", da Marisa Monte, que diz "o mundo é uma escola, a vida é o circo..."
A vida é o palco dos espetáculos, das acrobacias, dos desafios, das risadas e do suspense... das surpresas, do esperado e do inesperado... do esforço sobrenatural dos artistas no preparo do espetáculo, da variedade de cenas, das infinitas formas e cores.
Em alguns momentos daquela festa fiquei observando os rostos, as expressões... (engraçado, por alguns instantes parecia que eu estava vendo um filme se passando diante dos meus olhos, como se eu não estivesse ali...) e ali surgiu a semente desse texto, que foi germinando, germinando...
Faltavam porém as palavras de uma querida amiga minha que, junto com seu marido, sentiram forte no coração a vontade de levar alegria e esperança às pessoas na forma de palhaços. Assim, hoje dedicam parte de seu tempo fazendo espetáculos em diversos lugares, principalmente em comunidades, como palhaços. Ainda não tive oportunidade de vê-los se apresentar, mas sei que esse dia vai chegar. Por enquanto, o que pude fazer foi pedir que ela me relatasse como tem sido sua experiência e ela me autorizou a compartilhá-la com vocês:
"Como palhaça ... é difícil relatar uma vez específica que tenha sido especial. Em todas as apresentações posso perceber alguns pares de olhinhos brilhantes na platéia. Esteja eu num espetáculo missionário evangelístico como palhaça do grupo Trupe da Graça (Ig. Batista Betânia), ou mesmo num espetáculo secular. O Espírito que me move é sempre o mesmo: o Espírito Santo de Deus. E apesar de uma infância marcada por traumas que me fizeram NÃO GOSTAR DE PALHAÇOS, coube em minha vida a graça de desabrochar um amor intenso por esses artistas, que têm a honra de fazer rir. Tanto, que me incluo nesse meio. Rir é o melhor remédio. Fazer rir é dádiva! As crianças, em geral, se regalam. Mas o que realmente me encanta, é perceber no olhar de um adulto, o resgate de uma alegria, muitas vezes diminuída pelos percalços da vida. Aí, me alegro, e agradeço a Deus pela arte de servi-lo com arte".
Achei lindo isso! Principalmente a questão do brilho no olhar não só das crianças, mas dos adultos... Nós, adultos, muitas vezes nos deixamos apagar diante das adversidades no caminho...
Minha oração é que nosso brilho nos olhos nunca se apague... e caso tenha se apagado, que reacenda... que a gente nunca deixe de se deslumbrar diante do espetáculo da vida... e sei que Deus está sempre ao nosso lado para nos ajudar a manter o olhar bem brilhante diante desse espetáculo, do qual nós não somos somente espectadores, mas também participantes, artistas, parte do show, cumprindo um papel que é só nosso, designado por Deus.
grande abraço,