Ela é sensacional!!! O melhor ser humano que conheço e fico tão agradecida a Deus de ter sido gerada em seu ventre abençoado!
É portadora de uma capacidade sobrenatural de perdoar... De todas as humilhações que passou durante toda a vida e que ainda passa de vez em quando, não guardou mágoa ou rancor, não se tornou uma pessoa amarga... ela simplesmente - e com uma humildade que às vezes me irrita - perdoou e esqueceu. Linda!!! Tenho dificuldade de agir assim... até perdoo, mas às vezes tenho uma dificuldade grande em fazê-lo... às vezes demoro um tempão... às vezes revido na mesma moeda... Ela não: perdão instantâneo. Quero ser assim... tenho batalhado pra isso.
Com minha mãe aprendi o valor das pequeninas coisas da vida!!! Ela é assim: se alegra com coisas que qualquer um considera insignificante... um bombom, uma florzinha, um telefonema, um sabonete, um pão, um bom dia, uma pizza, uma roupa usada, sei lá... cada pequena simples coisa ela considera coisa "chique" e festeja com uma alegria que vem lá do fundo da alma e quem já pode presenciar um momento desses, comentou o fato, admirado.
Em meio às dificuldades, ela é sempre cheia de fé em Deus e com um otimismo assustador!!! Nunca vi alguém igual à minha mãe nesse sentido!! Lutou, nos ensinou com amor, carinho e com um companheirismo incondicional que tanto nos ajudou em momentos de crises, em momentos de tristeza... Não precisávamos ter segredos pra mamãe... ela estava ali, junto, sofrendo, torcendo, aconselhando, batalhando nossas batalhas... Até hoje é assim! Se preocupa conosco como se fôssemos pequenininhos e indefesos...
Lembro-me das muitas e muitas noites que ela passou sem dormir cuidando de mim, juntamente com meu pai, durante as terríveis crises de falta de ar, geradas pela bronquite que me acompanhou constantemente durante a infância e a adolescência... eu teria morrido asfixiada se não fosse o socorro que me prestaram incontáveis vezes... como agradecer? Não existem palavras que possam expressar minha gratidão!
Pra driblar as dificuldades, sempre ela teve idéias super criativas que contagiavam a todos nós e nos fazia crer que dias melhores chegariam e que poderíamos vencer! Momentos difíceis se tornavam, a cada invenção, um pouco engraçados e divertidos! E foi assim que atravessamos e vencemos um a um!
Essa é minha maravilhosa mãe que tanto amo!!!!
Hoje sou mãe também e todos os dias peço a Deus pra ser uma mãe tão maravilhosa quanto ela!!! Quero ser amiga, companheira, guerreira, sonhadora e cheia de fé em Deus, para que meu filho seja abençoado através de minhas atitudes para com ele e para com a vida!
Mãe é acolhimento, proteção, alimento!
A todas as mães, meus parabéns pelo chamado
Dia das Mães!!! Parabenizo não apenas aquelas mães que geraram uma criança em seu ventre, mas, acima de tudo, aquelas que geraram crianças em seus corações!!!
Somos um pouco mãe de alguém a quem acolhemos, cuidamos, protegemos, aconselhamos com carinho... somos mãe cada vez que dedicamos amor a um outro alguém... um amor incondicional... afeto, cuidado, carinho...
Que esse divino sentimento nos acompanhe por todos os dias da nossa vida... Que nesses dias de tanta dor no mundo, o sentimento materno, esse sagrado sentimento, governe nossas vidas!
Com amor,
sexta-feira, 9 de maio de 2008
quarta-feira, 7 de maio de 2008
A CIRANDA...
A ciranda...
"ô cirandeiro, cirandeiro, ó
a pedra do teu anel
brilha mais do que o sol..."
"Estava na beira da praia
ouvindo as pancadas das ondas no mar
essa ciranda quem me deu foi Lia
que mora na Ilha de Itamaracá..."
Durante muito tempo acreditei que ciranda fosse só brincadeira de criança e brincadeira de roda... aliás, como brinquei de roda quando menina... que delícia! Uma das coisas maravilhosas da vida!!!
Quando ingressei na faculdade de Ed. Artística, logo no primeiro ano fui participar de um encontro nacional de estudantes de arte, na UFMS... lá fizemos uma manifestação em praça pública pela valorização do ensino de artes, pois na época, havia uma proposta no governo de acabar com a obrigatoriedade do mesmo nas escolas de ensino fundamental e médio. Pela primeira vez, depois de adulta, participei de uma ciranda... fizemos uma imensa ciranda na praça, dançamos muito e também fizemos várias oficinas de pintura com crianças de diversas escolas... foi um dia inesquecível!!! Aprendi que nem toda cantiga de roda é ciranda... a ciranda é específica.
Estudando, fui aprendendo que a ciranda é muito comum nas colônias de pescadores, no Nordeste. Lá, inclusive na Ilha de Itamaracá em Pernambuco, existe (ou existiu) uma cirandeira chamada Lia, que foi homenageada com a ciranda "Lia de Itamaracá". Crianças, adultos e velhos, todo mundo ciranda! Que lindo!
Tive oportunidade, de lá pra cá, de participar de várias cirandas. Conheci a ciranda de Parati, bastante diferente daquela dançada no nordeste, mas linda, de qualquer jeito... um pouco mais rebuscada, com passos mais combinados...
Em 2005, fui num show do Antônio Nóbrega (grande artista brasileiro!!! Vale a pena ir a um show dele!!!!! Recomendo a todos!é um presente de Deus!) e no final, ele cantou e tocou uma ciranda... convidou a platéia pra formar a roda e dançar... mãos dadas, um passo pra dentro da roda ao mesmo tempo em que levantamos as mãos dadas... voltando para trás, abaixamos as mãos... e a roda vai girando assim... a idéia é imitar o balanço das ondas do mar... e parece mesmo! Foi uma ciranda com mais de 100 pessoas!!! Uma coisa lindíssima demais! A vontade era cirandar a noite inteira! Que saudade... essa foi a última vez que participei até hoje, e não vejo a hora de cirandar outra vez!
Sou apaixonada cada dia mais pela ciranda! Aliás, existe algo muito mágico nas danças de roda em geral... é impossível não sentir! Pra quem não experimentou, experimente! A melodia, as letras, as mãos dadas, o ritmo dos sons e dos corpos... tudo isso explodindo em sorrisos e olhares alegres!
Recomendo a todos: "vamos todos cirandar!"
A ciranda é, sem dúvida, uma coisa linda demais...
"ô cirandeiro, cirandeiro, ó
a pedra do teu anel
brilha mais do que o sol..."
"Estava na beira da praia
ouvindo as pancadas das ondas no mar
essa ciranda quem me deu foi Lia
que mora na Ilha de Itamaracá..."
Durante muito tempo acreditei que ciranda fosse só brincadeira de criança e brincadeira de roda... aliás, como brinquei de roda quando menina... que delícia! Uma das coisas maravilhosas da vida!!!
Quando ingressei na faculdade de Ed. Artística, logo no primeiro ano fui participar de um encontro nacional de estudantes de arte, na UFMS... lá fizemos uma manifestação em praça pública pela valorização do ensino de artes, pois na época, havia uma proposta no governo de acabar com a obrigatoriedade do mesmo nas escolas de ensino fundamental e médio. Pela primeira vez, depois de adulta, participei de uma ciranda... fizemos uma imensa ciranda na praça, dançamos muito e também fizemos várias oficinas de pintura com crianças de diversas escolas... foi um dia inesquecível!!! Aprendi que nem toda cantiga de roda é ciranda... a ciranda é específica.
Estudando, fui aprendendo que a ciranda é muito comum nas colônias de pescadores, no Nordeste. Lá, inclusive na Ilha de Itamaracá em Pernambuco, existe (ou existiu) uma cirandeira chamada Lia, que foi homenageada com a ciranda "Lia de Itamaracá". Crianças, adultos e velhos, todo mundo ciranda! Que lindo!
Tive oportunidade, de lá pra cá, de participar de várias cirandas. Conheci a ciranda de Parati, bastante diferente daquela dançada no nordeste, mas linda, de qualquer jeito... um pouco mais rebuscada, com passos mais combinados...
Em 2005, fui num show do Antônio Nóbrega (grande artista brasileiro!!! Vale a pena ir a um show dele!!!!! Recomendo a todos!é um presente de Deus!) e no final, ele cantou e tocou uma ciranda... convidou a platéia pra formar a roda e dançar... mãos dadas, um passo pra dentro da roda ao mesmo tempo em que levantamos as mãos dadas... voltando para trás, abaixamos as mãos... e a roda vai girando assim... a idéia é imitar o balanço das ondas do mar... e parece mesmo! Foi uma ciranda com mais de 100 pessoas!!! Uma coisa lindíssima demais! A vontade era cirandar a noite inteira! Que saudade... essa foi a última vez que participei até hoje, e não vejo a hora de cirandar outra vez!
Sou apaixonada cada dia mais pela ciranda! Aliás, existe algo muito mágico nas danças de roda em geral... é impossível não sentir! Pra quem não experimentou, experimente! A melodia, as letras, as mãos dadas, o ritmo dos sons e dos corpos... tudo isso explodindo em sorrisos e olhares alegres!
Recomendo a todos: "vamos todos cirandar!"
A ciranda é, sem dúvida, uma coisa linda demais...
O ABRAÇO
Escrevi esse texto em meu diário, em 2006. Naquela época eu estava lutando contra uma depressão que me alcançou... Pra vencer a depressão é preciso lutar bastante e mais do que nunca perseverar. Nesse árduo caminho, o abraço daqueles que me amam foi um ótimo remédio... o abraço é uma fonte de cura! Bom... lá vai o texto (apenas substitui o nome da aluna pela letra A):
De todas as coisas da vida, o abraço é o que mais amo! Existe algo muito sagrado no abraço: creio – e sinto isso - que o abraço é o momento cósmico em que duas almas se tocam através do corpo. Algumas pessoas se encostam, mas não se abraçam de fato. Às vezes abraçamos alguém que não nos abraça. O abraço, de fato, envolve energia, reciprocidade, envolvimento mútuo, um bem-querer comum.
Eu abraço todo mundo... vivo abraçando... amo abraçar... o abraço é luz! Abraço meu marido, meus familiares, meus amigos, meus alunos... abraço é calor, abrigo, aconchego, é força, solidariedade, unidade, amor, luz! Às vezes, não sou abraçada quando abraço. Mas não importa. O que importa é que no meio de tanta gente, minha alma tem abraçado algumas almas num momento cósmico de reciprocidade profunda... O abraço é luz! Luz mesmo! Emanação do sagrado ciclo da vida...
Tenho uma aluna da 5a.série chamada A. Tem apenas 11 anos. Magrinha, moreninha, baixinha, com seus longos cabelos lisos castanho-escuros... linda! É uma princesinha! Tenho dado aula para seus outros irmãos, todos tão lindos, educados e dedicados aos estudos – coisa raríssima hoje em dia. Que Deus os preserve assim... luz nesse mundo.
A. começou suas aulas de violão comigo, na oficina de música que faço na escola. Seu esforço é grande, seu talento ainda muito maior. Pega tudo com facilidade, apesar de suas mãozinhas tão pequenas...O violão é quase do tamanho dela. E lá vem aquele “pingo-de-gente” correndo me abraçar, todas as vezes que me vê. Que presente de Deus!
Os alunos que me abraçam diariamente, e cada abraço me faz feliz! São luzes piscando, como vaga-lumes, no meio da escuridão onde às vezes me encontro quando chego na escola, e que deixam tudo mais bonito! Porém o abraço de A., de todos os abraços, é o que flui mais energia. Quando aqueles bracinhos tão magrinhos – mas que têm a força de um gigante - me envolvem e os meus a envolvem, algo acontece. Algo de Deus! É de fato um abraço. Não há palavras para descrever o que sentimos ali.
Meus dias têm sido de uma luta constante contra a tristeza... tenho, ao contrário de antes, mais dificuldade de sorrir com o coração... quase sempre tenho um sorriso vazio no rosto... faz parte do momento... mas não vivo me lamentando pelos cantos e tento me alegrar com pequeníssimas coisas. Eu sempre fui assim espontaneamente. Hoje tenho me esforçado nisso. As coisas que parecem ser pequenas, são, de fato, as grandes coisas e as que realmente importam, por serem portadoras da Eternidade, da Essência. Tenho conseguido muitas vezes, graças a Deus, resgatar dentro de mim a capacidade de transcender a tristeza teimosa do meu coração, brincando com as cachorras lá de casa, apreciando e tirando fotografias, passeando com meu marido, curtindo meus alunos, contemplando a natureza, sentindo o vento, tomando banho de chuva, bebendo um café quentinho, lendo um bom livro, olhando as flores etc...
No final de uma aula - naquele dia eu estava péssima, mas procurando não demonstrar isso para as crianças – A. estava com febre e estava indo para casa. Veio me abraçar, como de costume. Nos abraçamos. Ficamos. Como se o momento tivesse paralisado. Ela me abraçou ainda mais forte. Ficamos assim. Silêncio. Energia intensa, não sei como explicar. Quando ela me largou, seus olhos estavam cheios de lágrimas e uma delas desceu pelo seu rostinho... Perguntei “O que foi, filhote?” então ela suspendeu seus ombros, virou a palma das mãos para cima e olhou para o lado, num gesto dizendo “não sei”. Naquele instante eu temi, pois percebi que sua alma chorou as minhas lágrimas... “Você vai melhorar já, já! Não deixe de tomar o remédio logo que chegar em casa!”- tentei disfarçar meu espanto por aquele momento. Então lá se foi minha pequena A para casa, levando consigo o meu coração...
Certa vez, pedi à A que escrevesse algo na minha agenda. No dia seguinte, ela veio e escreveu “gostar da senhora é muito fácil porque a senhora é especial. Conviver contigo é ter um presente diário. Você morará sempre no meu coração. Te amo. Beijos, sua aluna A” Faço minhas as suas palavras... Conviver com A é ter um presente diário... Obrigada Pai, por Seu abraço através da pequena A... Tua face tem se revelado a mim através dos pequeninos...
(09/06/2006)
De todas as coisas da vida, o abraço é o que mais amo! Existe algo muito sagrado no abraço: creio – e sinto isso - que o abraço é o momento cósmico em que duas almas se tocam através do corpo. Algumas pessoas se encostam, mas não se abraçam de fato. Às vezes abraçamos alguém que não nos abraça. O abraço, de fato, envolve energia, reciprocidade, envolvimento mútuo, um bem-querer comum.
Eu abraço todo mundo... vivo abraçando... amo abraçar... o abraço é luz! Abraço meu marido, meus familiares, meus amigos, meus alunos... abraço é calor, abrigo, aconchego, é força, solidariedade, unidade, amor, luz! Às vezes, não sou abraçada quando abraço. Mas não importa. O que importa é que no meio de tanta gente, minha alma tem abraçado algumas almas num momento cósmico de reciprocidade profunda... O abraço é luz! Luz mesmo! Emanação do sagrado ciclo da vida...
Tenho uma aluna da 5a.série chamada A. Tem apenas 11 anos. Magrinha, moreninha, baixinha, com seus longos cabelos lisos castanho-escuros... linda! É uma princesinha! Tenho dado aula para seus outros irmãos, todos tão lindos, educados e dedicados aos estudos – coisa raríssima hoje em dia. Que Deus os preserve assim... luz nesse mundo.
A. começou suas aulas de violão comigo, na oficina de música que faço na escola. Seu esforço é grande, seu talento ainda muito maior. Pega tudo com facilidade, apesar de suas mãozinhas tão pequenas...O violão é quase do tamanho dela. E lá vem aquele “pingo-de-gente” correndo me abraçar, todas as vezes que me vê. Que presente de Deus!
Os alunos que me abraçam diariamente, e cada abraço me faz feliz! São luzes piscando, como vaga-lumes, no meio da escuridão onde às vezes me encontro quando chego na escola, e que deixam tudo mais bonito! Porém o abraço de A., de todos os abraços, é o que flui mais energia. Quando aqueles bracinhos tão magrinhos – mas que têm a força de um gigante - me envolvem e os meus a envolvem, algo acontece. Algo de Deus! É de fato um abraço. Não há palavras para descrever o que sentimos ali.
Meus dias têm sido de uma luta constante contra a tristeza... tenho, ao contrário de antes, mais dificuldade de sorrir com o coração... quase sempre tenho um sorriso vazio no rosto... faz parte do momento... mas não vivo me lamentando pelos cantos e tento me alegrar com pequeníssimas coisas. Eu sempre fui assim espontaneamente. Hoje tenho me esforçado nisso. As coisas que parecem ser pequenas, são, de fato, as grandes coisas e as que realmente importam, por serem portadoras da Eternidade, da Essência. Tenho conseguido muitas vezes, graças a Deus, resgatar dentro de mim a capacidade de transcender a tristeza teimosa do meu coração, brincando com as cachorras lá de casa, apreciando e tirando fotografias, passeando com meu marido, curtindo meus alunos, contemplando a natureza, sentindo o vento, tomando banho de chuva, bebendo um café quentinho, lendo um bom livro, olhando as flores etc...
No final de uma aula - naquele dia eu estava péssima, mas procurando não demonstrar isso para as crianças – A. estava com febre e estava indo para casa. Veio me abraçar, como de costume. Nos abraçamos. Ficamos. Como se o momento tivesse paralisado. Ela me abraçou ainda mais forte. Ficamos assim. Silêncio. Energia intensa, não sei como explicar. Quando ela me largou, seus olhos estavam cheios de lágrimas e uma delas desceu pelo seu rostinho... Perguntei “O que foi, filhote?” então ela suspendeu seus ombros, virou a palma das mãos para cima e olhou para o lado, num gesto dizendo “não sei”. Naquele instante eu temi, pois percebi que sua alma chorou as minhas lágrimas... “Você vai melhorar já, já! Não deixe de tomar o remédio logo que chegar em casa!”- tentei disfarçar meu espanto por aquele momento. Então lá se foi minha pequena A para casa, levando consigo o meu coração...
Certa vez, pedi à A que escrevesse algo na minha agenda. No dia seguinte, ela veio e escreveu “gostar da senhora é muito fácil porque a senhora é especial. Conviver contigo é ter um presente diário. Você morará sempre no meu coração. Te amo. Beijos, sua aluna A” Faço minhas as suas palavras... Conviver com A é ter um presente diário... Obrigada Pai, por Seu abraço através da pequena A... Tua face tem se revelado a mim através dos pequeninos...
(09/06/2006)
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